sexta-feira, novembro 19, 2004

quinta-feira, novembro 18, 2004

...Fake Wars...



Vivemos uma época de artificialidade pura, de tantas formas de escolha disfarçando o controle dessa mesma escolha, paradoxalmente embutido no EXCESSO de opções. Temos opções, sim, mas são sempre tendenciosas, sempre calculadamente distribuídas e avaliadas.

Ideologias são disseminadas e aceitas como verdade absoluta; ideologias dominantes repetidas com orgulho pelos próprios dominados por elas. Como diria meu professor de Sociologia, Gilson Caroni Filho(FACHA/RJ), "ninguém é mais racista que o próprio negro; ninguém é mais preconceituoso que um homossexual." Mais pura verdade e prova que a ideologia dominante não só é aceita como repetida pelos próprios dominados por ela.

Ataques catastróficos e cinematográficos(reparem como temos vários ângulos do 11 de setembro, só falta editar e fazer um filme) são forjados para servir de base a uma retaliação "justificada"; pior, retaliação contra o país "errado"! Ou será que alguém realmente acha que Bush fez guerra por causa de 11 de setembro? 11 de setembro que ele DEIXOU acontecer, com terroristas que ele criou, treinou e financiou, e que serviram a seus propósitos.

Tudo isso (e muito mais) com objetivos claros: a vitória do imbecil, a banalização da idiotice, da violência, a alienção.

Aqui no Brasil, o que é pior é que a ideologia é importada e aceita como nossa. E já faz tempo, para quem acha que é coisa atual, a ditadura militar lembra alguma coisa a alguém? Totalmente financiada e apoiada ideologicamente pelos nossos "primos". Dos dominantes(EUA) aos dominados, com carinho. E dá-lhe estudidez! Complexo de primo pobre, de inferioridade, de colônia. Eterna colônia...
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Coluna de Arnaldo Jabor, O Globo - Segundo Caderno, 16/11/2004.

A realidade está virando ficção

Não era preciso ser profeta para ver nosso triste presente nos filmes americanos dos anos 90. Em 1996, eu escrevi sobre dois filmes que me arrepiaram a espinha. Um deles era “Forrest Gump” e o outro, “Independence Day”, filme-catástrofe-ufanista que todos viram. Foram sucessos internacionais e também dois recados para o mundo de hoje. Relendo hoje os dois textos, vejo que as condições objetivas para a desconstrução do mundo atual por Bush já estavam sendo cozinhadas no fogão das bruxas. Dava para ouvi-las como em “Macbeth”, cantando: “Something wicked this way cometh” (“Coisas terríveis vêm por aí...”).

Na era Clinton a sabotagem dos republicanos já estava rolando. Não deram um minuto de sossego para o homem. A cada dia inventavam uma nova sacanagem.

Foram acusações imobiliárias em Whitewater, pecados em Little Rock, até que um belo dia caiu do céu a história da Monica Lewinksy dando chance ao promotor Kenneth Starr de liderar a campanha mais implacável que vi na vida, iniciando o golpe de direita que agora se consumou com a reeleição de Bush. Estranhamente, tudo começou e acabou em sexo — da boca de Monica até a questão do aborto e do casamento dos gays. Hoje já dá para ver que as administrações democratas, dos anos 60 até Clinton, foram fogos-fátuos; vemos que os democratas são tucanos passageiros, exceções fortuitas, pois a verdadeira América é fisicamente republicana.

Mas, no cinema, está e estava inscrito o desejo psicótico desse país. Qual cinema do mundo que celebra permanentemente a violência, o sangue, a porrada e a inclemência? O cinema americano sempre foi um sintoma.

Quando eu vi “Forrest Gump”, senti (e escrevi) que alguém como Bush viria nos infernizar a vida. Estavam ali os sinais. Primeiro, me espantou o infinito sucesso de “Forrest Gump”. Foi das maiores bilheterias da História. Por quê? — pensei. E escrevi que aquele filme transformava os últimos 30 anos da História americana num trem de banalidades, desmoralizando as lutas românticas que a América travou nos anos 60, 70. “Forrest Gump” condena os que criticaram o conformismo e o preconceito. Tudo aquilo que contestou o sonho americano, tentando aperfeiçoá-lo, é ridicularizado para impor uma “sabedoria do idiota”, superior a qualquer reflexão culta ou politicamente moderna. O movimento negro foi transformado num grupo de loucos que espancam mulheres; os hippies, liderados por um Abbie Hoffman imbecil, parecem mendigos-palhaços; as liberdades sexuais conquistadas são viradas em sujas orgias pecaminosas e decadentes; os heróicos veteranos do Vietnã aleijados e abandonados foram retratados como detestáveis e mentirosos, numa prefiguração das calúnias fabricadas este ano contra Kerry pelos ex-soldados comprados por Bush, que, na época, vivia alcoolizado no Texas, fora da guerra pelas graças do pai. No filme, a namorada de Gump, Jenny, é punida por seus excessos, já que ela foi hippie, namorou um negro, contestou a guerra em Washington. Por isso, morre castigada por um vírus misterioso, uma sugestão da Aids. Escrevi na época: “‘Forrest Gump’ é o precursor do que seremos. É o habitante ideal da sociedade conformista do futuro. É o idiota que venceu”. Bush, em 2004 discursou em Yale para os alunos: “Eu sou a prova de que um mau estudante pode ser presidente...!”).

Gump foi lançado em 1995. Em 96 um outro filme prefigura (e não só ele, mas outros como “Godzilla”, “Deep Impact”, “Armaggedon”, tantos...) a América e o mundo de hoje: “Independence Day”.

Também senti o arrepio do horror e escrevi sobre ele. “Gump” era o personagem; e “Independence Day”, o cenário e o contexto.

Para quem não viu, “Independence Day” conta a história de ETs invadindo os Estados Unidos. Com o fim da Guerra Fria, os americanos ficaram sem inimigos claros. No imaginário de Hollywood, os inimigos passaram a ser os rebeldes e psicopatas anti- sociais que Gump condena ou então, no caso de “Independence”, os ETs que eram visivelmente uma metáfora de invasores estrangeiros. Seriam quem? Os chicanos , os islâmicos, os excluídos, nós de Governador Valadares? Quem tinha ocupado o lugar dos comunistas? Em plena propaganda da “globalização liberal”, que ainda se considerava multilateral, já estava ali, visível a olho nu, o nacionalismo republicano, o protecionismo e a paranóia unilateral contra o resto do mundo.

E mais: o filme denotava um desejo inconsciente de autodestruição, um desejo de vitimização paranóica, de modo a legitimar revides e vingança.

Escrevo em 1996: “O filme atende aos desejos do Unabomber e dos terroristas. (muito antes de Osama). No filme a América é destruída com fogo e sangue, espatifada com amor e ódio. No filme vemos um pavoroso delírio de ruína misturado com um patriotismo vingativo. Os marginais e os vagabundos (como os contestadores dos anos 60) vibravam na cena em que os ETs destroem a Casa Branca”.

Quando vi “Forrest Gump”, tive um mal-estar de que algo importante estava mudando, quando vi “Independence Day” tive a visão esquisita de um futuro torto. Quando vi o Clinton acuado na TV, humilhado por ter comido a Monica, senti que a barra pesava nos Estados Unidos, depois, quando a Suprema Corte legitimou a fraude na Flórida, vi que o “godzilla” republicano já andava solto. Aí, o 11 de Setembro chegou e disparou tudo. Agora, sinto medo e depressão. A ficção virou realidade? Ou será o contrário?
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quarta-feira, novembro 17, 2004


...brainwashing a society...

PROPAGANDA
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..." the spreading of ideas, information, or rumor for the purpose of helping or injuring an institution, a cause, or a person; also - ideas, facts, or allegations spread deliberately to further one`s cause or to damage an opposing cause"... - Webster`s Dictionary
(..." a divulgação de idéias, informação, ou rumor com o propósito de ajudar ou ferir uma instituição, uma causa, ou uma pessoa; também - idéias, fatos, ou alegações espalhadas deliberadamente para beneficiar uma causa ou danificar uma causa oposta"...)

"The systematic propagation of a doctrine or cause or of information reflecting the views and interests of those advocating such a doctrine or cause." - Dictionary.com
("A propagação sistemática de uma doutrina ou causa ou de informação refletindo os pontos de vista e interesses daqueles que advogam tal doutrina ou causa."

HYPOCRISY:
"The practice of professing beliefs, feelings, or virtues that one does not hold or possess; falseness." - Dictionary.com
("A prática de professar crenças, sentimentos, ou virtudes que não se tem ou possui; falsidade.")

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Random Thoughts / Pensamentos Aleatórios
Questioning the answers; uncovering reality. / Questionando as respostas; descobrindo realidade.


Por que negar a verdadeira natureza? Essência naturalmente rechaçada; trocada por fantasiosa satisfação.
De que adianta viver de fantasias? Para que usar máscaras?
O que somos, senão o modo como vivemos e vemos? O modo como vivemos e vemos, o que é, por sua vez, senão pura artificialidade?
Somos livres ou apenas escravos voluntariamente alienados de nossas convicções? E das dos outros, por que não? Tudo soa tão coerente. Deve estar correto.
Se tudo é subjetivo, se temos escolhas, então somos livres? Não. Controle!
Controle absorvido por osmose, aceito, perfeita simbiose. Respostas antes das perguntas; alma domesticada, liberdade virtual.
A alma é produto avidamente consumido; insumo utilizado e cultivado, visando à sua manipulação. Escolha desigual, aleatória, irreal; a ilusão da escolha é mero instrumento de pacificação, de distração. Lavagem cerebral; não há escolha! Obediência cega; não tente compreender, apenas faça!
"Mito do amor romântico." Romantismo hipócrita que esconde um egoísmo real, auto-justificado, atual; passionalidade racional, ego insaciável.
Falsa moral, alienação voluntária que revela uma estupidez imanente, permanente; deficiência cognitiva, insensibilidade social. Dúvida e resistência suprimidas pela necessidade de pertencer.
Instituições decadentes, muletas para o não doente. "Lei do menor esforço."; "reprodução por inércia."
Propaganda embutida, moda instantânea, mensagem subliminar; paradoxo da subliminaridade que ultrapassa o limiar absoluto, detectável. Ingenuidade proclamada, malícia notadamente disfarçada, debochada: cinismo. Percepção alterada, fugas da realidade, engodos auto-impostos, diversificados, engenhosos. Dormência dos sentidos: a "solução".
Fracos, preguiçosos demais para pensar, para mudar; proibido questionar, sob pena de tachação, opressão social que cala a mente desperta, atenta, renegada, solitária, obrigada a pertencer, participar, concordar, aceitar, globalizar, fragmentar, conquistar, se anular.

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Questionar as respostas, e não apenas aceitá-las e absorvê-las; analisar, ao invés de apenas concordar: utopia?
De expectador passivo a agente pró-ativo, pensante, não ceder às pressões. Talvez um dia, descobrindo e aceitando a realidade, conscientemente.

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Como o próprio nome diz, estes são alguns pensamentos aleatórios meus sobre as pessoas. Venho pensando a respeito disso tudo ultimamente, devido a experiências (tanto agradáveis como desagradáveis) que venho tendo, conhecimentos que tenho adquirido, e resolvi escrever a respeito. Afinal de contas, pretendo ser jornalista um dia! :)